segunda-feira, 30 de julho de 2007

Por via das dúvidas, os dois mordem

A clonagem

Quem é quem?

Cara de um, focinho de outro

Qualquer semelhança é mera coincidência

terça-feira, 24 de julho de 2007

A PIPOCA – Rubem Alves

O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
O texto acima foi extraído do jornal "Correio Popular", de Campinas (SP), onde o escritor mantém coluna bissemanal.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Bem pessoal, olá! Hoje começarei a escrever finalmente nesse tão dificultoso BLOG. Que pena que o destino pregou-me a triste tarefa de redigir as primeiras linhas numa noite tão trágica. Mais um acidente no caos aéreo brasileiro. Lamentável essa situação! Portanto, não começarei apresentando e descrevendo o conteúdo e as idéias que penso acrescentar no blog como era de se esperar. Em respeito às vítimas desse tão trágico acidente, deixo com todos vocês, uma crônica do Jabor.

Frases da crise aérea

Em dez meses de crise, o governo já declarou o seguinte:

O psicanalista stalinista Tarso Genro disse que somos todos uns neuróticos com pressa;

O piadista ministro Mares Guia disse que a culpa é da Lei de Murphy – tudo o que pode dar errado, dá;

O pastoso e cochilante Waldir Pires já disse que devíamos rezar a Deus, e agora declarou em Paris que teremos um ano de caos;

O gaguejante Guido Mantega disse, depois de tantos fracassos, que isso é o preço do sucesso;
Marta Suplicy nos aconselhou o amor, pelo seu delicioso e eterno "relaxa e goza";

Nove meses atrás, Lula exigiu uma solução em 48 horas – e depois foi dormir por nove meses.

Mas o que é isso? Ninguém nos respeita mais? O presidente Lula tinha a obrigação moral de ir aos jornais, à TV, pedir desculpas ao povo e dizer que medidas estão sendo tomadas para resolver esta vergonha - se é que as há.
Com os R$ 23 milhões que o governo vai gastar com a contratação de mais 620 cargos cargos de confiança dava para resolver muita coisa.
Quando se encontra um defeito num carburador, qualquer fábrica de autopeças avisa a população. Será possível que Lula não se toca de que ele é o responsável, e que a população vai considerá-lo culpado por omissão?
Arnaldo Jabor