quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Muito Além do Cidadão Kane

O documentário “Brasil: Muito Além do Cidadão Kane” (Brazil: Beyond Citizen Kane) foi produzido por Simon Hartog em 1993 para uma rede de TV britânica. Diferente que muitos pensam, a rede não foi a recohecida BBC e sim a Channel Four (Canal 4), conhecida pelos seus documentários de alta qualidade. Provavelmente o público pensa que foi feito pela BBC por ter um pequeno trecho dizendo que “em números de funcionários, a Globo tem quase o mesmo tamanho da BBC”, porém quando o vídeo troca de partes, aparece o logotipo da Channel Four e seu nome.

O documentários tem entrevistas de Chico Buarque, Lula, Leonel Brizola, Washington Oliveto e Antônio Carlos Magalhães se defendendo da denúncia que seria dono de 5 afiliadas da Globo na Bahía. O documentário também traz denúncias de monopólio e oglopólio da Rede Globo.

O filme é velho, e por isso desatualizado, mas dá para notar a ganância e o poder da Rede Globo no longo desses 41 anos…

“Todo brasileiro deveria ver Muito Além do Cidadão Kane”.

Quem quiser ver o documentário na íntegra: http://video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Cálice

Um trecho do show PHONO 73 realizado no Anhembi, em São Paulo. A música Cálice foi considerada subversiva pelos orgãos da ditadura militar, por isso mesmo sendo cantada com a letra modificada, o microfone do Chico Buarque foi desligado.


sexta-feira, 17 de agosto de 2007

EU INDICO

Não é por ser um disco explicitamente "para inglês ver" (ou ouvir?), que Jobiniando é um trabalho desprovido de atrativos aos ouvintes brasileiros. Ivan Lins imantou-se do espírito de Tom Jobim para fazer um tributo ao mestre da bossa nova, que não se limita à recriação dos standards do compositor, e sim procura incorporar o estilo e a estética de Tom à sua própria musicalidade. Resulta daí um álbum plácido, com destaque para as harmonias bem-construídas - influência de Jobim sobre Ivan que já vem de longe - e que contrasta com o ecletismo exibido em A Cor do Pôr-do-sol, de 2000, o último trabalho autoral de Ivan.Com a colaboração de Roberto Menescal, Ivan Lins recuperou, a seu estilo, alguns números "básicos" do catálogo jobiniano. Tudo vem envolto em arranjos leves e econômicos, deixando espaço para a voz. Como cantor, Ivan está mais suave do que nunca, abandonando os tons altos e adequando sua performance ao clima sutil das melodias de Jobim. Eu Sei que Vou Te Amar (reduzida basicamente a piano e voz), Dindi (com uma bem colocada seção de sopros) e Samba do Avião (na qual Ivan quase declama a letra) ficam entre as melhores versões do disco. No mesmo pacote, ficou bem ao estilo de Tom a regravação do standard americano Time After Time, sucesso com Frank Sinatra. A porção compositor de Ivan vem bastante impregnada de "jobinitude", a partir da faixa-título - dobradinha com Martinho da Vila, de bela melodia. Rio de Maio é talvez o melhor exemplo da simbiose entre o universo do homenageado e o do homenageador: de melodia e desenvolvimento tipicamente jobinianos, a música segue num suave crescendo harmônico bem característico da obra de Ivan. Em Acaso, o cantor segue o mesmo esquema. Num disco predominantemente sem surpresas, chama a atenção a versão em inglês de Soberana Rosa. Renomeada She Walks This Earth, a canção quebra o clima do disco com sua sonoridade discretamente eletrônica.
Crítica de: Marco Antônio Basbosa
Quem quiser escutar um pouquinho das canções clique aqui http://cliquemusic.uol.com.br/br/lancamentos/lancamentos.asp?nu_critica=582

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Do amor...

Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento. Relações de dependêcia e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor, chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado, mas é exatamente o oposto. Para mim, que o amor se manifesta, a virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construido, inventado e modificado, o amor está em movimento eterno, em velocidade infinita, o amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?Minha respotas? O amor é o desconhecido.Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre o desconhecido. A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante.A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio, com inicio, meio e fim. Não, não podemos subestimar o amor. Não podemos castrá-lo.O amor não é orgânico. Não é meu coração que senteo amor. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionistaca no meu espirito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O amor brilha, como uma aurora colorida e misteriosa, como um crespúsculo inundado de beleza e despedida, o amor grita seu silênciao e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delpirio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também adevorá-lo.O amor, eu não conheço, e é exatamente por isso que odesejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morres de amor é a substância de que a vida é feita, ou melhor, só sevive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo escuto.

Moska.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Homenageado do mês - O Profeta Gentileza

Houve um homem enviado ao Rio por Deus. Seu nome era José da Trino, chamado de Profeta Gentileza (1917-1996). Por mais de vinte anos circulava pela cidade com sua bata branca cheia de apliques e com seu estandarte, pregava nas praças e colocava-se nas barcas entre Rio e Niterói anunciando sem cansar:”Gentileza gera Gentileza”. Só com Gentileza, dizia, superamos a violência que se deriva do “capeta-capital”. ( Leonardo Boff )
No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, quando tinha 44 anos, houve um grande incêndio no circo “Gran Circus Norte-Americano“, o que foi considerado uma das maiores tragédias circenses do mundo. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alucinado ouvindo “vozes astrais“, segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo em Niterói, local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro longos anos. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras “Agradecido” e “Gentileza”. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar “José Agradecido“, ou simplesmente “Profeta Gentileza”.
Após deixar o local que foi denominado “Paraíso Gentileza”, o profeta Gentileza começou a sua jornada como personagem andarilho. A partir de 1970 percorreu toda a cidade. Era visto em ruas, praças, nas barcas da travessia entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, em trens e ônibus, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: - “Sou maluco para te amar e louco para te salvar“.
Os murais
A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju que vai do Cemitério do Caju até a Rodoviária Novo Rio, numa extensão de aproximadamente 1,5km. Ele encheu as pilastras do viaduto com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização. Durante a Eco-92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passavam os representantes dos povos e incitava-os a viverem a Gentileza e a aplicarem Gentileza em toda a Terra.
Citação: “Gentileza Gera Gentileza”.
Após sua morte
Em 29 de maio de 1996, aos 79 anos, faleceu na cidade de seus familiares, onde se encontra enterrado, no “Cemitério Saudades”. Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza. Com ajuda da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, foi organizado o projeto Rio com Gentileza, que teve como objetivo restaurar os murais das pilastras. Começaram a ser recuperadas em janeiro de 1999. Em maio de 2000, a restauração das inscrições foi concluída e o patrimônio urbano carioca foi preservado.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Vício em internet é considerado problema psiquiátrico


Assim como algumas pessoas são viciadas em drogas, no jogo e no tabaco, outras são em passar horas na internet, fenômeno que um crescente grupo de especialistas dos Estados Unidos considera um problema psiquiátrico. O vício na rede já foi diagnosticado por alguns especialistas como uma dependência da internet, e estima-se que de 6% a 10% dos cerca de 189 milhões de internautas nos EUA sofram desse mal.Também chamado de "compulsão à internet", esse vício é detectado no caso de comportamentos relacionados à internet que interfiram na vida normal de uma pessoa, causando stress agudo em sua família, em suas relações de amizade e no trabalho.Uma pessoa que passa horas por dia em frente ao computador navegando pela internet, enviando e-mails, negociando ações, em salas de bate-papo ou jogando pode ser considerada um "ciberviciado" e, portanto, precisa de ajuda.É o que consideram especialistas como a psiquiatra Hilarie Cash, cujo consultório, o Internet/Computer Addiction Services, na Universidade da Pensilvânia, é visitado por pacientes diagnosticados com a "internet-dependência".Cash identificou como sintomas da "internet-dependência" a constante preocupação em "estar conectado", mentiras sobre o tempo que a pessoa passa navegando ou sobre o tipo de conteúdo visualizado, além de isolamento social, dor nas costas e aumento de peso. "Se o padrão de uso da internet interfere em sua vida ou tem impacto em suas relações de trabalho, de parentesco e de amizade, você deve estar com problemas", afirma outra especialista, Kimberly Young, uma das mais importantes pesquisadoras sobre as dependências em relação à internet.Young é a fundadora do Center for Online Addiction, com sede em Bradford, Pensilvânia, onde funcionam grupos de apoio às "ciberviúvas", ou seja, esposas de viciados em relações amorosas, pornografia ou em apostas pela internet.Na opinião de Young, os internautas que sofrem dessa dependência optam pelo prazer temporário em vez das relações íntimas e profundas. Os doentes cibernéticos entram em um círculo vicioso, já que a perda de auto-estima cresce à medida que aumenta sua dependência em relação à internet, o que eleva sua necessidade de escapar da realidade e de se refugiar na rede. "A infidelidade via internet é o maior problema de que tratamos.Mais de 50% de nossos clientes são indivíduos e casais que sofrem com as conseqüências disso", disse Young, autora do livro "Caught in the Net" ("Apanhado na Rede"), o primeiro a abordar o tema do "ciberadultério". Outros tipos de dependências são as relacionadas com atividades interativas como o "bate-papo", a mensagem instantânea e os video games, assim como os sites de apostas, leilões e compras. Para Cash, os viciados em internet tendem a ter outros problemas psiquiátricos, como depressão e ansiedade, ou a enfrentar relações familiares problemáticas.Esse panorama confirma o resultado de pesquisas citadas por psiquiatras especializados na "internet-dependência", que revelam que mais de 50% dos viciados em internet também são dependentes de drogas, álcool, tabaco e sexo.Nos EUA, a "compulsão à internet" é tratada por um crescente número de centros médicos especializados, entre eles os da Universidade de Maryland, em College Park, e o Computer Addiction Study Center, do Hospital McLean, em Belmont, Massachusetts.No entanto, alguns psiquiatras são céticos e dizem que o uso abusivo da internet deve ser classificado como dependência "legítima", já que não tem os mesmos efeitos negativos na família ou na saúde que dependências propriamente reconhecidas, como o alcoolismo."A internet é um meio de comunicação. Não é como a heroína, que isola a pessoa e a torna dependente", disse a psicóloga Sherry Turkle, autora do livro "Life on the Screen: Identity in the Age of the Internet", um dos guias dos que consideram que não há nada de mau na atual febre cibernética.

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