quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A Nova Música do Gil - Olho Mágico

Gil mostra a sua mais nova música Olho Mágico. A canção foi feita para a série de TV que será produzida por Andrucha (Retrato Celular). Demais a canção!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

CNPq destina R$ 50 milhões para bolsas de mestrado e doutorado em áreas específicas


Agência CT/MCT - Ciência, Tecnologia e Inovação - 10/12/2007 - 08:57


Para promover a consolidação e o fortalecimento da pós-graduação, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) lança edital com investimentos de R$ 50 milhões, convidando orientadores, vinculados aos programas de pós-graduação stricto sensu, a apresentarem propostas de projetos de bolsas de mestrado ou de doutorado.

Segundo a agência, o principal objetivo do edital é investir na disseminação de recursos humanos para a ciência, a tecnologia e a inovação. Para isto, investirá na formação de mestres e doutores, em áreas consideradas estratégicas e de extrema necessidade para o desenvolvimento nacional e o crescimento do País.

Os recursos, provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e do CNPq, serão distribuídos em duas chamadas de R$ 25 milhões cada.

Fomentando também a descentralização regional da pesquisa, o edital destina uma parcela de 30% do valor global de investimento para propostas de pesquisadores vinculados a instituições sediadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, incluindo as respectivas áreas de abrangência das Agências de Desenvolvimento Regional.

As áreas estratégicas
Seguindo o Plano de Ação 2007-2010 de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional, as propostas devem privilegiar áreas estratégicas nas temáticas de Ciências Exatas e da Terra, para Matemática, Áreas Experimentais da Física, Química e Geociências, Áreas Experimentais de Ciência de Materiais, e para Meteorologia e Mudanças Climáticas.

Nas Engenharias, as propostas devem abordar temáticas de Aeronáutica, Computação, Elétrica, Materiais, Mecânica, Metalurgia, Minas, Naval e Oceânica, Química e Transportes, Software e Tecnologias da Informação e Comunicação, Semicondutores e Materiais Avançados, Microeletrônica, optoeletrônica, dispositivos e hardware, Ciência Aeroespacial, Energia Nuclear, Energias Renováveis e Biocombustíveis.

Nas Ciências Agrárias, as áreas serão Recursos Florestais, Agronomia, Engenharia Agrícola, Biodiversidade e Recursos Naturais, Biotecnologia, Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, do Cerrado e do Semi-Árido, Saúde Animal, e Segurança Alimentar. Em Ciências da Saúde, serão áreas de Fármacos e Medicamentos, Biotecnologia, Pesquisa Clínica, Terapias Inovadoras e Toxicologia. E projetos interdisciplinares poderão ser focados em Mar e Antártica, Trauma, Violência e Segurança Pública.

Cronograma
O recebimento das propostas para o edital MCT/CNPq nº 27/2007 será dividido em duas chamadas. Na primeira, os pesquisadores podem enviar seus projetos até o dia 31 de janeiro de 2008, a divulgação dos resultados será feita a partir de 20 de fevereiro e as contratações dos projetos estão previstas para o início de março de 2008.

A segunda chamada recebe as propostas de 10 de março até 15 de maio de 2008.Os resultados estão previstos para a segunda quinzena de junho e a implementação e vigência das bolsas ocorre a partir de agosto de 2008.

Os projetos devem ser enviados por meio do Formulário de Propostas On-line, disponível no endereço http://efomento.cnpq.br/efomento, a partir do próximo dia 14.

Confira o edital na íntegra pelo link abaixo:
http://www.cnpq.br/editais/ct/2007/027.htm



Assessoria de Comunicação do CNPq
--   Elzivir Azevedo Guerra  Coordenador/Analista em C & T  Ministério da Ciência e Tecnologia 

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

MPF obriga ensino da Cultura Afro-Brasileira

A finalidade do evento, realizado em Juazeiro, foi cobrar das prefeituras a implementação da lei 10.639

Juazeiro do Norte. Integrantes do movimento negro da região do Cariri e o Ministério Público Federal (MPF) estiveram reunidos na manhã de ontem, em Juazeiro do Norte, com a finalidade de debater e cobrar, das prefeituras de 42 municípios da região Sul do Estado, a implementação da lei 10.639. Em vigor há mais de quatro anos, a legislação torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas de Ensino Médio e Fundamental, públicas e particulares. A audiência finaliza uma série de discussões da Semana da Consciência Negra, com o tema Raiz da Dignidade, promovida pelo Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec). O procurador federal, Luiz Carlos de Oliveira Júnior, disse que irá cobrar o cumprimento da lei por parte dos municípios cearenses.
Ele afirma que irá enviar ofício aos municípios, no sentido de obter informações dos gestores municipais a respeito do que vem sendo efetivado em função da lei. “O primeiro passo é conscientizar os administradores para o cumprimento da lei”, ressalta o procurador.

Quanto aos municípios que já estão se empenhando na implantação da lei, ele afirma que estará aberto a negociações, dando prazos e firmando acordos para a efetivação do que estabelece a legislação.

Após todas as questões apresentadas pelos integrantes do movimento negro, o procurador destacou que, caso os municípios não se proponham a colocar em prática a lei, entrará com uma ação na Justiça Federal. Os gestores municipais poderão ser punidos com multa e indenização por danos materiais e morais e responder por crime de irresponsabilidade, chegando a punição do prefeito. “O que espero é a colaboração dos gestores”, salienta o procurador federal.

Apesar do convite aos gestores da educação dos 42 municípios, poucos foram representados. A professora Cícera Nunes diz que o grande problema reside no desconhecimento das conseqüências do racismo.

“Essa lei exige dotação orçamentária específica e isso dificulta a reserva de verba por parte dos gestores para dar conta do que a lei exige”, diz a docente. Ela ainda acrescenta a necessidade de formação dos professores, aquisição de bibliografia específica por parte das escolas, além de uma equipe técnica pedagógica para dar acompanhamento aos professores nas escolas.
Chamar a atenção

A audiência, conforme Cícera Nunes, é uma forma de chamar a atenção das autoridades sobre a existência da lei e sensibilizar o Ministério Público Federal para tomar as providências necessárias sobre o assunto. Além dos gestores municipais, foram convocados para a audiência integrantes do Conselho Estadual de Educação, Seduc, e representantes da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Regional do Cariri (Urca) e UVA. Também estiveram presentes estudantes de escolas públicas e professores da região.

NECESSÁRIO

"Essa lei exige dotação orçamentária específica. Isso dificulta a reserva de verba pelos gestores".

Cícera Nunes
Coordenadora do Grunec

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=491372

sábado, 24 de novembro de 2007

E o BLOG ESTÁ DE CARA NOVA!

Já havia um certo tempo em que eu estava pretendendo mudar este espaço de qualquer maneira, transformá-lo completamente. Deixá-lo um pouco mais parecido comigo. De certa forma, consegui. Vou confirmar rapidamente as novidades que foram feitas. Lembrando que essas mudanças estão em processo e pretendo aperfeiçoar ainda alguns detalhes.
Antes de mais nada, o Blog agora está todo definido e separado por categorias, que podem ser observadas ao lado. Elas têm o intuito de promover uma maior organização no momento de postar os textos, separando-os por temas e facilitando para que os leitores possam procurá-los no assunto que lhes interessa. Isso também facilita para este bloguista, que não é tão organizado, mas que está tentando fazer isso neste cantinho. Tem vários temas e vocês podem navegar a vontade por eles.
Coloquei também alguns indicadores no lado esquerdo, lá você pode encontrar dicas sobre filmes, noticiários, seriados, esporte e um cantinho especial para você que não conhece a minha cidade, o Crato.
Outra novidade, se você estiver lendo este texto, vai de cara ou melhor de ouvido. Logo perceberá um fundo musical, é a rádio Calipso de Fortaleza, uma rádio diferenciada nos seu estilo musical.Como seu próprio slogan diz: " Uma frequência de classe"
Ainda está faltando arrumar algumas coisas, mas nada que influencie no servidor ou no andamento do Blog. Espero poder contar com vocês nesta nova jornada, quero saber se vocês gostaram das mudanças. Então Comentem! E desfrute do modesto conteúdo que esse Blog pode oferecer. Obrigado a todos!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

ESQUINAS


Só eu sei
As esquinas por que passei
Só eu sei só eu sei
Sabe lá o que é não ter e ter que ter pra dar
Sabe lá
Sabe lá
E quem será
Nos arredores do amor
Que vai saber reparar
Que o dia nasceu
Só eu sei
Os desertos que atravessei
Só eu sei
Só eu sei
Sabe lá
O que e morrer de sede em frente ao mar
Sabe lá
Sabe lá
E quem será
Na correnteza do amor que vai saber se guiar
A nave em breve ao vento vaga de leve e trás
Toda a paz que um dia o desejo levou
Só eu sei
As esquinas por que passei
Só eu sei
Só eu sei
E quem será
Na correnteza do amor...

Djavan

domingo, 18 de novembro de 2007

Votos de Submissão


Caso você queira posso passar seu terno,
aquele que você não usa por estar amarrotado.
Costuro as suas meias para o longo inverno...
Use capa de chuva, não quero ter você molhado.
Se de noite fizer aquele tão esperado frio
poderei cobrir-lhe com o meu corpo inteiro.
E verás como a minha pele de algodão macio,
agora quente, será fresca quando for janeiro.

Nos meses de outono eu varro sua varanda,
para deitarmos debaixo de todos os planetas.
O meu cheiro te acolherá com toques de lavanda
- Em mim há outras mulheres e algumas ninfetas
- Depois plantarei para ti margaridas da primavera
e aí no meu corpo somente você e leves vestidos,
para serem tirados pelo seu total desejo de quimera.
- Os meus desejos, irei ver nos seus olhos refletidos.

- Mas quando for a hora de me calar e ir embora
sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.
Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola,
mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim.

(Nem vou deixar – mesmo querendo – nenhuma fotografia.
Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda minha poesia.)

Fernanda Young

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

MUTUM


MUTUM foi filmado nas chapadas de Minas Gerais, em pleno sertão mineiro, numa região com poucas estradas e muitos lugares ainda sem energia elétrica. Mas o isolamento da família de Thiago é mais econômico que geográfico. O sertão que se apresenta no filme não é meramente uma região geográfica: é também o interior, o passado, a infância que povoa o imaginário brasileiro.

MUTUM se inspira na história de Miguilim, da novela "Campo Geral" (Manuelzão e Miguilim), de João Guimarães Rosa (1908 – 1967), considerado o maior escritor brasileiro do século XX, autor de obras-primas como Sagarana e Grande Sertão: Veredas. Inventor de palavras e de uma sintaxe estranha, seu estilo é freqüentemente comparado ao de James Joyce. Grande conhecedor do sertão, Guimarães Rosa se inspira na tradição oral e na língua concreta do sertanejo, onde predominam imagens da natureza. Mas a linguagem particular falada por seus personagens é uma mistura de expressões regionais com aportes de várias outras línguas, formando uma língua imaginária. Com seu poder criativo e imaginação deslumbrante, provocou uma verdadeira revolução na literatura brasileira, inovando na linguagem, nas tramas e na visão de mundo de seus personagens, transformando o sertão num modelo do universo. O sertão de Guimarães Rosa é o mundo...

Guimarães Rosa era membro da Academia Brasileira de Letras e ganhou os mais importantes prêmios literários do país. De alcance universal, sua obra foi traduzida na França, Itália, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Espanha, Polônia, Holanda e Tchecoslováquia, dentre outros países.

De contornos autobiográficos, a história de Miguilim era a sua preferida: “Em Miguilim, acho tudo o que já escrevi até agora e talvez mesmo tudo o que venha a escrever em minha vida. Nessa história, está o germe, é a semente de tudo”, declarou Guimarães Rosa.

EU SEI MAS NÃO DEVIA


Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma.

Nota: Este texto de Marina Colasanti (que foi grande amiga de Clarice) foi publicado em seu livro de mesmo nome (Eu sei, mas não devia - Ed. Rocco - Rio de Janeiro - 1996). Com este livro Marina conquistou um prêmio Jabuti.


quinta-feira, 8 de novembro de 2007

"QUEM AMA DENUNCIA"

A partir de hoje vou abrir uma nova coluna no BLOG, irá se chamar: "QUEM AMA DENUNCIA" ironizando com a operadora OI-Telemar. A idéia(que não tem nada de nova) surgiu devido a minha insatisfação com algumas promoções da empresa OI-Telemar. Comprovado empiricamente, podemos analisar que a operadora não é nenhuma santinha ingênua e virgem com releção a seus clientes/usuários, e somente este fato já pesa várias e várias toneladas quando alguém for conferir a sua credibilidade como operadora de tefonia fixa, móvel e internet. Essa nova promoção de presentear, premiar e enrolar o seu cliente com R$100 e R$250 grátis todos os meses não é nada interessante, pelo menos para mim. Várias foram as reclamações e insatisfações quanto a esse serviço. A promessa da operadora, é depositar os bônus até o dia 5 de cada mês, isso se o cliente fizer uma recarga de dez reais ou 20 reais, conforme o plano. Pois bem. Minha mãe efetua todo mês a recarga no tempo previsto e determinado conforme o acordo feito com a operadora. Mas a mesma sempre está atrasando o envio do bônus, que outrora foi combinando para chegar no prazo determinado. Já estamos no dia 9 de novembro, e nada dos bônus chegarem. Estaria a OI-Telemar fazendo propaganda enganosa? A resposta todo mundo já sabe!Tudo bem que algumas de suas promoçoes são até interessantes, mas convenhamos, quando cumprida as promessas.Enganar o usuário e/ou tentar fazê-lo de bobo e trouxa é o fim da picada, além de estar corrompendo, descaradamente, o código de defesa do consumidor. O pior de tudo é que isso não aconteceu uma ou duas vezes, isso acontece sempre, infelizmente.

Se você está insatisfeito com algum serviço ( que não acho nada difícl aqui no Brasil), seja qual for, deixe um comentário fazendo a reclamação, que depois de avaliado, será publicado. Participe, “ QUEM AMA DENUNCIA “. Simples assim!

Abaixo dados fornecidos pela ANATEL dos piores serviços de telefonia. E adivinhem quem está em primeiro lugar?

" QUEM AMA DENUNCIA"

CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR




Fonte ANATEL : http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalInternet.do



quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Canção do dia sempre

Tão bom viver dia a dia…
A vida assim, jamais cansa…
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu…
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência… esperança…
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas…

Mário Quintana

sábado, 3 de novembro de 2007

O que faz você feliz?

Texto e narração do Arnaldo Antunes

“O que faz você feliz?
A lua, a praia, o mar.
Uma rua, passear.
Um doce, uma dança.
Um beijo ou goiabada com queijo?
Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão
Dormir cedo, acordar tarde
Arroz com feijão, matar a saudade
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis
Ou são os sonhos que te fazem feliz.
Dormir na rede, matar a sede
Ler ou viver um romance
O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa
Um cafuné, café com leite, rir a toa
Um pássaro, um parque, um chafariz
Ou será o choro que te faz feliz?
A pausa para pensar
Sentir o vento
Esquecer o tempo
O céu
O sol
Um som
A pessoa
Um lugar.
Agora me diz o que faz você feliz!”

Confira o vídeo do poema logo abaixo

O que faz você feliz?

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Vícios de Linguagem


Tudo se resume a uma briga de torcidas
E a gente ali no meio, no meio das bandeiras
O jogo não importa, ninguém tá assistindo
E a gente ali no meio, no meio da cegueira
Tudo se reduz a um campo de batalha
E a gente ali no meio
Tudo se resume a disputa entre partidos
Lama na imprensa, sangue nas bandeiras
A verdade passa ao largo, como se não existisse
E a gente ali no meio, como se não existisse
Tudo se reduz, a uma cruz e uma espada

Tchê, de que lado tu estás?
Ninguém pode agradar os dois lados
Hey, it's time to make a choice
We all want to hear your voice (it's true)
Faça a sua aposta, tome a sua decisão

Tudo se produz na mesma linha de montagem
Apogeu e decadência na mais nobre linhagem

Votos de silêncio... vícios de linguagem
Nada traduz
Hey, don't you know that you are
In the middle of a war (yes, you are)
Tchê, de que lado tu estás?
Ninguém pode ficar no meio do tiroteio
Now it's time to say whose side you're on
Tudo se resume, se presume, se reduz
E o principal fica fora do resumo

Composição: Humberto Gessinger

* A foto acima foi tirada por Evandro Monteiro. Evandro tem 33 anos e começou na profissão em 1995 na Digna Imagem Agência de Fotografia. Com trabalhos publicados em diversos jornais e revistas do país, ganhou no ano passado o prêmio Esso de Fotojornalismo, um dos mais importantes prêmios de jornalismo do país devido essa foto.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A parábola da bola


Os dez homens importantes sentados ao redor da bola discutiam acaloradamente:
– A bola é grená, disse um.
– Claro que não, a bola é bordô, retrucou outro em tom raivoso.

Todos estavam fascinados pela beleza da bola e tentavam discernir a cor da bola. Cada um apresentava seu argumento tentando convencer os demais, acreditando que sabia qual era a cor da bola. A bola, no centro da sala, calada sob um raio de sol que entrava pela janela, enchia a sala de uma luminosidade agradável que deixava o ambiente ainda mais aconchegante, exceto para aqueles dez homens importantes, que se ocupavam em defender seus pontos de vista.

– Você é cego?, ecoou pela sala gerando um silêncio que parecia ter sido combinado entre os outros nove homens importantes. Era até engraçado de observar a discussão – na verdade era trágico, mas parecia cômico. Todos os dez homens importantes usavam óculos escuros, cada um com uma lente diferente. Talvez por causa dos óculos pesados que usavam, um deles gritou “você é cego?”, pois pareciam mesmo cegos.

Depois do susto, a discussão recomeçou. O sujeito que acreditava que a bola era cor de vinho debatia com o que enxergava a bola alaranjada, mas um não ouvia o que o outro dizia, pois cada um usava o tempo em que o outro estava falando para pensar em novos argumentos para justificar sua verdade. Aos poucos, a discussão deixou de ser a respeito da cor da bola, e passou a ser uma troca de opiniões e afirmações contundentes a respeito das supostas cores da bola. A partir de um determinado momento que ninguém saberia dizer ao certo quando, os dez homens tiraram os olhos da bola e passaram a refutar uns ao outros. Em vez de sugestões do tipo: – A bola é vermelha, todos se precipitavam em listar razões porque a bola não era grená, nem cor de vinho, nem mesmo alaranjada.

De repente, alguém gritou: – Ei pessoal, onde está a bola? Todos pararam de falar – estavam todos falando ao mesmo tempo, e foi então que perceberam um alarido parecido com aquelas gargalhadas gostosas que as crianças dão quando sentem cócegas. Correram para a janela e viram uma criançada brincando com a bola, que parecia feliz sendo jogada de mão em mão. Ficaram enfurecidos com tamanho desrespeito com a bola. Ficaram também muito contrariados com a bola, que parecia tão feliz, mas não tiveram coragem de admitir, afinal, a bola, era a bola.

Lá fora, sem dar a mínima para os dez homens importantes, estavam as crianças brincando e se divertindo a valer com a bola que os dez homens importantes pensavam que era deles. E nenhuma das crianças sabia qual era a cor da bola.


domingo, 28 de outubro de 2007

SEJA UM IDIOTA...

A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre.Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?hahahahahahahahaha!...Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu?Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda!Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um leitinho gostoso agora? "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios". "Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche"

Arnaldo Jabor

Segue abaixo um clip dos Los Hermnos que retrata um pouco essa idiotice que é vital para a felicidade.

O VENCEDOR ...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

E tudo mudou...


O rouge virou blush O pó-de-arroz virou pó-compacto O brilho virou gloss O rímel virou máscara incolor A Lycra virou stretch Anabela virou plataforma O corpete virou porta-seios Que virou sutiã Que virou lib Que virou silicone A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento A escova virou chapinha "Problemas de moça" viraram TPM Confete virou MM A crise de nervos virou estresse A chita virou viscose. A purpurina virou gliter A brilhantina virou mousse Os halteres viraram bomba A ergométrica virou spinning A tanga virou fio dental E o fio dental virou anti-séptico bucal Ninguém mais vê... Ping-Pong virou Babaloo O a-la-carte virou self-service A tristeza, depressão O espaguete virou Miojo pronto A paquera virou pegação A gafieira virou dança de salão O que era praça virou shopping A areia virou ringue A caneta virou teclado O long play virou CD A fita de vídeo é DVD O CD já é MP3 É um filho onde éramos seis O álbum de fotos agora é mostrado por email O namoro agora é virtual A cantada virou torpedo E do "não" não se tem medo O break virou street O samba, pagode O carnaval de rua virou Sapucaí O folclore brasileiro, halloween O piano agora é teclado, também O forró de sanfona ficou eletrônico Fortificante não é mais Biotônico Bicicleta virou Bis Polícia e ladrão virou counter strike Folhetins são novelas de TV Fauna e flora a desaparecer Lobato virou Paulo Coelho Caetano virou um chato Chico sumiu da FM e TV Baby se converteu RPM desapareceu Elis ressuscitou em Maria Rita? Gal virou fênix Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis, Todos anjos Agora só tocam lira... A AIDS virou gripe A bala antes encontrada agora é perdida A violência está coisa maldita! A maconha é calmante O professor é agora o facilitador As lições já não importam mais A guerra superou a paz E a sociedade ficou incapaz... ... De tudo. Inclusive de notar essas diferenças


quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Estou cansado...

Cansei! Entendo que o mundo evangélico não admite que um pastor confesse o seu cansaço. Conheço as várias passagens da Bíblia que prometem restaurar os trôpegos. Compreendo que o profeta Isaías ensinou que Deus restaura as forças dos que não tem nenhum vigor. Também estou informado de que Jesus dá alívio para os cansados. Por isso, já me preparo para as censuras dos que se escandalizarem com a minha confissão e me considerarem um derrotista.Contudo, não consigo dissimular: eu me acho exausto.Não, não me afadiguei com Deus ou com minha vocação. Continuo entusiasmado pelo que faço; amo o meu Deus, bem como minha família e amigos.Permaneço esperançoso. Minha fadiga nasce de outras fontes.Canso com o discurso repetitivo e absurdo dos que mercadejam a Palavra de Deus. Já não agüento mais que se usem versículos tirados do Antigo Testamento e que se aplicavam a Israel para vender ilusões aos que lotam as igrejas em busca de alívio. Essa possibilidade mágica de reverter uma realidade cruel me deixa arrasado porque sei que é uma propaganda enganosa.Cansei com os programas de rádio em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do evangelho; gastam o tempo alardeando as virtudes de suas próprias instituições. Causa tédio tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes de oração; todas visando exclusivamente encher os seus templos. Considero os amuletos evangélicos horríveis. Cansei de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas.Canso com a leitura simplista que algumas correntes evangélicas fazem da realidade. Sinto-me triste quando percebo que a injustiça social é vista como uma conspiração satânica, e não como fruto de uma construção social perversa. Não consideram os séculos de preconceitos nem que existe uma economia perversa privilegiando as elites há séculos. Não agüento mais cultos de amarrar demônios ou de desfazer as maldições que pairam sobre o Brasil e o mundo.Canso com a repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza poética. Sinto pena dos teólogos que se contentam em reproduzir o que outros escreveram há séculos. Presos às molduras de suas escolas teológicas, não conseguem admitir que haja outros ângulos de leitura das Escrituras. Convivem com uma teologia pronta. Não enxergam sua pobreza porque acreditam que basta aprofundarem um conhecimento "científico" da Bíblia e desvendarão os mistérios de Deus. A aridez fundamentalista exaure as minhas forças.Canso com os estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual. Cansei, inclusive, de ouvir piadas contadas pelos próprios pentecostais sobre os dons espirituais.Cansei de ouvir relatos sobre evangelistas estrangeiros! que vêm ao Brasil para soprar sobre as multidões. Fico abatido com eles porque sei que provocam que as pessoas "caiam sob o poder de Deus" para tirar fotografias ou gravar os acontecimentos e depois levantar fortunas em seus países de origem.Canso com as perguntas que me fazem sobre a conduta cristã e o legalismo. Recebo todos os dias várias mensagens eletrônicas de gente me perguntando se pode beber vinho, usar "piercing", fazer tatuagem, se tratar com acupuntura etc., etc. A lista é enorme e parece inexaurível. Canso com essa mentalidade pequena, que não sai das questiúnculas, que não concebe um exercício religioso mais nobre; que não pensa em grandes temas. Canso com gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios. Acho intolerável conviver com aqueles que se acomodam com uma existência sob o domínio da lei e não do amor.Canso com os livros evangélicos traduzidos para o português. Não tanto pelas traduções mal feitas, tampouco pelos exemplos tirados do golfe ou do basebol, que nada têm a ver com a nossa realidade. Canso com os pacotes prontos e com o pragmatismo. Já não agüento mais livros com dez leis ou vinte e um passos para qualquer coisa. Não consigo entender como uma igreja tão vibrante como a brasileira precisa copiar os exemplos lá do norte, onde a abundância é tanta que os profetas denunciam o pecado da complacência entre os crentes.Cansei de ter de opinar se concordo ou não com um novo modelo de crescimento de igreja copiado e que vem sendo adotado no Brasil.Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza.Canso de explicar que nem todos os pastores são gananciosos e que as igrejas não existem para enriquecer sua liderança. Cansei de ter de dar satisfações todas as vezes que faço qualquer negócio em nome da igreja.Tenho de provar que nossa igreja não tem título protestado em cartório, que não é rica, e que vivemos com um orçamento apertado. Não há nada mais desgastante do que ser obrigado a explanar para parentes ou amigos não evangélicos que aquele último escândalo do jornal não representa a grande maioria dos pastores que vivem dignamente.Canso com as vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. Cansei com as vaidades acadêmicas e com os mestrados e doutorados que apenas enriquecem os currículos e geram uma soberba tola. Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo.Sei que estou cansado, entretanto, não permitirei que o meu cansaço me torne um cínico.Decidi lutar para não atrofiar o meu coração.Por isso, opto por não participar de uma máquina religiosa que fabrica ícones. Não brigarei pelos primeiros lugares nas festas solenes patrocinadas por gente importante. Jamais oferecerei meu nome para compor a lista dos preletores de qualquer conferência. Abro mão de querer adornar meu nome com títulos de qualquer espécie. Não desejo ganhar aplausos de auditórios famosos.Buscarei o convívio dos pequenos grupos, priorizarei fazer minhas refeições com os amigos mais queridos. Meu refúgio será ao lado de pessoas simples, pois quero aprender a valorizar os momentos despretensiosos da vida. Lerei mais poesias para entender a alma humana, mais romances para continuar sonhando e muita boa música para tornar a vida mais bonita. Desejo meditar outras vezes diante do pôr-do-sol para, em silêncio, agradecer a Deus por sua fidelidade. Quero voltar a orar no secreto do meu quarto e a ler as Escrituras como uma carta de amor de meu Pai.Pode ser que outros estejam tão cansados quanto eu. Se é o seu caso, convido-o então a mudar a sua agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa.
Soli Deo Gloria.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Somos todos responsáveis



Brasileiros:

O Brasil está à beira do caos e cabe a nós, seus filhos, salvá-lo.

Não se iludam com esta conversa de que estamos em um ótimo momento político e econômico. Isto não passa de uma cortina de fumaça que visa a nos enganar, como nos têm enganado já por tanto tempo o PT.

A corrupção campeia solta por este país. Assistimos, diariamente, uma sangria criminosa nos cofres públicos.

A maior carga tributária do planeta não está sendo usada para o bem estar da população.

A qualidade de nossa educação é uma das piores do mundo: escolas sucateadas, professores despreparados, vítimas também eles de um ensino capenga, com salários vergonhosos que não lhes permitem uma sobrevivência decente.

A saúde está saindo da UTI para o necrotério. Faltam médicos, remédios, equipamentos. Só não falta o descaso com a vida e a dignidade do cidadão.

Segurança, saneamento básico, proteção às fronteiras, desenvolvimento, segurança nos transportes, sejam terrestres ou aéreos, não existem. O crescimento pífio só nos permite ganhar do miserável Haiti.

As Forças Armadas estão sucateadas e espezinhadas. Enquanto isto, a violência vai muito bem, obrigada.

E os nossos políticos enchendo suas contas bancárias, (no exterior, que é mais seguro), e as nossas caras de vergonha e revolta. Milhões e milhões são desviados todos os dias, para engordar corruptos e comprar consciências. O objetivo é a manutenção do poder a qualquer custo. O PT pretende ficar no poder por mais vinte ou trinta anos, ou ainda mais e, para isto, tem que gastar. Gastar o nosso dinheiro que sai em malas, em pacotes, na cueca, em caixa de uísque, ou direto para contas em paraísos fiscais. Não há limite para a criatividade criminosa.

upecbrasil

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Quanto vale ou é por quilo?


Certa vez, ouvi no rádio um comentarista político, um tanto conhecido aqui no Brasil, usar um termo muito curioso para se referir a condição histórica de corrupção na política brasileira: a “inércia histórica”. Talvez possamos chamar também de “inércia social”. É curioso esse termo, pois ele trata da união entre uma lei puramente física e um conceito sociológico. A inércia é a conservação de um estado dinâmico de um corpo num sistema. Se algo está num dado estado dinâmico, seja de movimento ou de repouso, ele tende a ficar nesse estado se não houver razão suficiente alguma que o impeça, ou seja, se não houver nada opondo a manutenção, natural, desse estado dinâmico.
“Quanto vale ou é por quilo?” mostra exatamente essa “inércia social”. Sérgio Bianchi colocou em paralelo o período histórico brasileiro do fim do século XIX com o Brasil contemporâneo. O período final da escravidão negra brasileira e a atual situação da periferia nas grandes cidades. São colocados à vista as grandes mazelas e contradições de um país em constante crise de valores morais. A sociedade é vislumbrada na óptica mercadológica. A relação econômica que contrapõe casa-grande e senzala é análoga a a relação entre a elite econômica e os excluídos do subúrbio.
“Mais vale pobres na mão do que pobres roubando” é o eslogan do filme. O trabalho de inclusão social praticado pela iniciativa privada é duramente criticado, pois o fim que tal iniciativa, aparentemente, visa sanar, a saber a igualdade social, é barrada pela própria lógica estrutural do sistema. O mercado opera com a pobreza e a exclusão. A grande questão é que a democracia é o sistema político vivido no Brasil porque é o sistema do consumo, aquele que favorece melhor o liberalismo econômico.
A “inércia social” está no filme retratar que a história brasileira não muda, ela está estática, barrada, bloqueada de transformação.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Los Hermanos - A Flor



Ouvi dizer
que o teu olhar a ver a flor
Não sei por que
achou ser de um outro rapaz
Foi capaz de se entregar
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim
Mas mesmo assim...
Minha flor serviu pra que você
achasse alguém
Um outro alguém que me tomou o seu amor
E eu fiz de tudo pra você perceber
Que era eu...
Tua flor me deu alguém pra amar
E quanto a mim?
Você assim e eu, por final sem meu lugar
E eu tive tudo sem saber quem era eu...
Eu que nunca amei a ninguém
Pude, então, enfim, amar...

* Confira uma pequena animação da música logo abaixo.



A Flor

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A Beleza Passageira


* Jairo de Lima Alves

A beleza transitória da matéria passa depressa. É muito mais significativa a beleza interna das pessoas com quem convivemos. Há flores belíssimas e perfumadas que só duram poucas horas. No entanto, apesar de feias, as pedras duram milênios, realizando suas tarefas. Não prefira o efêmero ao eterno, a beleza à sabedoria.
Firme-se no que dura para sempre, que é o Espírito imortal, nosso verdadeiro Eu, e não no cedo, que logo desaparece. Então, a beleza externa é passageira, esgotável. A beleza interior, aquela que permanece, renova a emoção, redescobrindo a beleza que apenas o que ama descobre, ficando oculta, velada aos demais. Isso é que é beleza em toda a sua essência.

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* Jairo de Lima Alves é professor, jornalista e escritor, autor de "Evolução Humana Desejo Místico" e "Luz, Vida e Amor - Conhecimento para cada dia"

Aqui vai um pequeno vídeo mostrando que hoje qualquer mulher pode ser perfeita e que acreditar no que se vê em revistas masculinas é assinar um atestado de burrice.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Muito Além do Cidadão Kane

O documentário “Brasil: Muito Além do Cidadão Kane” (Brazil: Beyond Citizen Kane) foi produzido por Simon Hartog em 1993 para uma rede de TV britânica. Diferente que muitos pensam, a rede não foi a recohecida BBC e sim a Channel Four (Canal 4), conhecida pelos seus documentários de alta qualidade. Provavelmente o público pensa que foi feito pela BBC por ter um pequeno trecho dizendo que “em números de funcionários, a Globo tem quase o mesmo tamanho da BBC”, porém quando o vídeo troca de partes, aparece o logotipo da Channel Four e seu nome.

O documentários tem entrevistas de Chico Buarque, Lula, Leonel Brizola, Washington Oliveto e Antônio Carlos Magalhães se defendendo da denúncia que seria dono de 5 afiliadas da Globo na Bahía. O documentário também traz denúncias de monopólio e oglopólio da Rede Globo.

O filme é velho, e por isso desatualizado, mas dá para notar a ganância e o poder da Rede Globo no longo desses 41 anos…

“Todo brasileiro deveria ver Muito Além do Cidadão Kane”.

Quem quiser ver o documentário na íntegra: http://video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Cálice

Um trecho do show PHONO 73 realizado no Anhembi, em São Paulo. A música Cálice foi considerada subversiva pelos orgãos da ditadura militar, por isso mesmo sendo cantada com a letra modificada, o microfone do Chico Buarque foi desligado.


sexta-feira, 17 de agosto de 2007

EU INDICO

Não é por ser um disco explicitamente "para inglês ver" (ou ouvir?), que Jobiniando é um trabalho desprovido de atrativos aos ouvintes brasileiros. Ivan Lins imantou-se do espírito de Tom Jobim para fazer um tributo ao mestre da bossa nova, que não se limita à recriação dos standards do compositor, e sim procura incorporar o estilo e a estética de Tom à sua própria musicalidade. Resulta daí um álbum plácido, com destaque para as harmonias bem-construídas - influência de Jobim sobre Ivan que já vem de longe - e que contrasta com o ecletismo exibido em A Cor do Pôr-do-sol, de 2000, o último trabalho autoral de Ivan.Com a colaboração de Roberto Menescal, Ivan Lins recuperou, a seu estilo, alguns números "básicos" do catálogo jobiniano. Tudo vem envolto em arranjos leves e econômicos, deixando espaço para a voz. Como cantor, Ivan está mais suave do que nunca, abandonando os tons altos e adequando sua performance ao clima sutil das melodias de Jobim. Eu Sei que Vou Te Amar (reduzida basicamente a piano e voz), Dindi (com uma bem colocada seção de sopros) e Samba do Avião (na qual Ivan quase declama a letra) ficam entre as melhores versões do disco. No mesmo pacote, ficou bem ao estilo de Tom a regravação do standard americano Time After Time, sucesso com Frank Sinatra. A porção compositor de Ivan vem bastante impregnada de "jobinitude", a partir da faixa-título - dobradinha com Martinho da Vila, de bela melodia. Rio de Maio é talvez o melhor exemplo da simbiose entre o universo do homenageado e o do homenageador: de melodia e desenvolvimento tipicamente jobinianos, a música segue num suave crescendo harmônico bem característico da obra de Ivan. Em Acaso, o cantor segue o mesmo esquema. Num disco predominantemente sem surpresas, chama a atenção a versão em inglês de Soberana Rosa. Renomeada She Walks This Earth, a canção quebra o clima do disco com sua sonoridade discretamente eletrônica.
Crítica de: Marco Antônio Basbosa
Quem quiser escutar um pouquinho das canções clique aqui http://cliquemusic.uol.com.br/br/lancamentos/lancamentos.asp?nu_critica=582

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Do amor...

Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento. Relações de dependêcia e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor, chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado, mas é exatamente o oposto. Para mim, que o amor se manifesta, a virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construido, inventado e modificado, o amor está em movimento eterno, em velocidade infinita, o amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?Minha respotas? O amor é o desconhecido.Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre o desconhecido. A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante.A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio, com inicio, meio e fim. Não, não podemos subestimar o amor. Não podemos castrá-lo.O amor não é orgânico. Não é meu coração que senteo amor. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionistaca no meu espirito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O amor brilha, como uma aurora colorida e misteriosa, como um crespúsculo inundado de beleza e despedida, o amor grita seu silênciao e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delpirio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também adevorá-lo.O amor, eu não conheço, e é exatamente por isso que odesejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morres de amor é a substância de que a vida é feita, ou melhor, só sevive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo escuto.

Moska.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Homenageado do mês - O Profeta Gentileza

Houve um homem enviado ao Rio por Deus. Seu nome era José da Trino, chamado de Profeta Gentileza (1917-1996). Por mais de vinte anos circulava pela cidade com sua bata branca cheia de apliques e com seu estandarte, pregava nas praças e colocava-se nas barcas entre Rio e Niterói anunciando sem cansar:”Gentileza gera Gentileza”. Só com Gentileza, dizia, superamos a violência que se deriva do “capeta-capital”. ( Leonardo Boff )
No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, quando tinha 44 anos, houve um grande incêndio no circo “Gran Circus Norte-Americano“, o que foi considerado uma das maiores tragédias circenses do mundo. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alucinado ouvindo “vozes astrais“, segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo em Niterói, local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro longos anos. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras “Agradecido” e “Gentileza”. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar “José Agradecido“, ou simplesmente “Profeta Gentileza”.
Após deixar o local que foi denominado “Paraíso Gentileza”, o profeta Gentileza começou a sua jornada como personagem andarilho. A partir de 1970 percorreu toda a cidade. Era visto em ruas, praças, nas barcas da travessia entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, em trens e ônibus, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: - “Sou maluco para te amar e louco para te salvar“.
Os murais
A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju que vai do Cemitério do Caju até a Rodoviária Novo Rio, numa extensão de aproximadamente 1,5km. Ele encheu as pilastras do viaduto com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização. Durante a Eco-92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passavam os representantes dos povos e incitava-os a viverem a Gentileza e a aplicarem Gentileza em toda a Terra.
Citação: “Gentileza Gera Gentileza”.
Após sua morte
Em 29 de maio de 1996, aos 79 anos, faleceu na cidade de seus familiares, onde se encontra enterrado, no “Cemitério Saudades”. Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza. Com ajuda da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, foi organizado o projeto Rio com Gentileza, que teve como objetivo restaurar os murais das pilastras. Começaram a ser recuperadas em janeiro de 1999. Em maio de 2000, a restauração das inscrições foi concluída e o patrimônio urbano carioca foi preservado.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Vício em internet é considerado problema psiquiátrico


Assim como algumas pessoas são viciadas em drogas, no jogo e no tabaco, outras são em passar horas na internet, fenômeno que um crescente grupo de especialistas dos Estados Unidos considera um problema psiquiátrico. O vício na rede já foi diagnosticado por alguns especialistas como uma dependência da internet, e estima-se que de 6% a 10% dos cerca de 189 milhões de internautas nos EUA sofram desse mal.Também chamado de "compulsão à internet", esse vício é detectado no caso de comportamentos relacionados à internet que interfiram na vida normal de uma pessoa, causando stress agudo em sua família, em suas relações de amizade e no trabalho.Uma pessoa que passa horas por dia em frente ao computador navegando pela internet, enviando e-mails, negociando ações, em salas de bate-papo ou jogando pode ser considerada um "ciberviciado" e, portanto, precisa de ajuda.É o que consideram especialistas como a psiquiatra Hilarie Cash, cujo consultório, o Internet/Computer Addiction Services, na Universidade da Pensilvânia, é visitado por pacientes diagnosticados com a "internet-dependência".Cash identificou como sintomas da "internet-dependência" a constante preocupação em "estar conectado", mentiras sobre o tempo que a pessoa passa navegando ou sobre o tipo de conteúdo visualizado, além de isolamento social, dor nas costas e aumento de peso. "Se o padrão de uso da internet interfere em sua vida ou tem impacto em suas relações de trabalho, de parentesco e de amizade, você deve estar com problemas", afirma outra especialista, Kimberly Young, uma das mais importantes pesquisadoras sobre as dependências em relação à internet.Young é a fundadora do Center for Online Addiction, com sede em Bradford, Pensilvânia, onde funcionam grupos de apoio às "ciberviúvas", ou seja, esposas de viciados em relações amorosas, pornografia ou em apostas pela internet.Na opinião de Young, os internautas que sofrem dessa dependência optam pelo prazer temporário em vez das relações íntimas e profundas. Os doentes cibernéticos entram em um círculo vicioso, já que a perda de auto-estima cresce à medida que aumenta sua dependência em relação à internet, o que eleva sua necessidade de escapar da realidade e de se refugiar na rede. "A infidelidade via internet é o maior problema de que tratamos.Mais de 50% de nossos clientes são indivíduos e casais que sofrem com as conseqüências disso", disse Young, autora do livro "Caught in the Net" ("Apanhado na Rede"), o primeiro a abordar o tema do "ciberadultério". Outros tipos de dependências são as relacionadas com atividades interativas como o "bate-papo", a mensagem instantânea e os video games, assim como os sites de apostas, leilões e compras. Para Cash, os viciados em internet tendem a ter outros problemas psiquiátricos, como depressão e ansiedade, ou a enfrentar relações familiares problemáticas.Esse panorama confirma o resultado de pesquisas citadas por psiquiatras especializados na "internet-dependência", que revelam que mais de 50% dos viciados em internet também são dependentes de drogas, álcool, tabaco e sexo.Nos EUA, a "compulsão à internet" é tratada por um crescente número de centros médicos especializados, entre eles os da Universidade de Maryland, em College Park, e o Computer Addiction Study Center, do Hospital McLean, em Belmont, Massachusetts.No entanto, alguns psiquiatras são céticos e dizem que o uso abusivo da internet deve ser classificado como dependência "legítima", já que não tem os mesmos efeitos negativos na família ou na saúde que dependências propriamente reconhecidas, como o alcoolismo."A internet é um meio de comunicação. Não é como a heroína, que isola a pessoa e a torna dependente", disse a psicóloga Sherry Turkle, autora do livro "Life on the Screen: Identity in the Age of the Internet", um dos guias dos que consideram que não há nada de mau na atual febre cibernética.

Agência EFE - Todos os direitos reservados.



























segunda-feira, 30 de julho de 2007

Por via das dúvidas, os dois mordem

A clonagem

Quem é quem?

Cara de um, focinho de outro

Qualquer semelhança é mera coincidência

terça-feira, 24 de julho de 2007

A PIPOCA – Rubem Alves

O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
O texto acima foi extraído do jornal "Correio Popular", de Campinas (SP), onde o escritor mantém coluna bissemanal.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Bem pessoal, olá! Hoje começarei a escrever finalmente nesse tão dificultoso BLOG. Que pena que o destino pregou-me a triste tarefa de redigir as primeiras linhas numa noite tão trágica. Mais um acidente no caos aéreo brasileiro. Lamentável essa situação! Portanto, não começarei apresentando e descrevendo o conteúdo e as idéias que penso acrescentar no blog como era de se esperar. Em respeito às vítimas desse tão trágico acidente, deixo com todos vocês, uma crônica do Jabor.

Frases da crise aérea

Em dez meses de crise, o governo já declarou o seguinte:

O psicanalista stalinista Tarso Genro disse que somos todos uns neuróticos com pressa;

O piadista ministro Mares Guia disse que a culpa é da Lei de Murphy – tudo o que pode dar errado, dá;

O pastoso e cochilante Waldir Pires já disse que devíamos rezar a Deus, e agora declarou em Paris que teremos um ano de caos;

O gaguejante Guido Mantega disse, depois de tantos fracassos, que isso é o preço do sucesso;
Marta Suplicy nos aconselhou o amor, pelo seu delicioso e eterno "relaxa e goza";

Nove meses atrás, Lula exigiu uma solução em 48 horas – e depois foi dormir por nove meses.

Mas o que é isso? Ninguém nos respeita mais? O presidente Lula tinha a obrigação moral de ir aos jornais, à TV, pedir desculpas ao povo e dizer que medidas estão sendo tomadas para resolver esta vergonha - se é que as há.
Com os R$ 23 milhões que o governo vai gastar com a contratação de mais 620 cargos cargos de confiança dava para resolver muita coisa.
Quando se encontra um defeito num carburador, qualquer fábrica de autopeças avisa a população. Será possível que Lula não se toca de que ele é o responsável, e que a população vai considerá-lo culpado por omissão?
Arnaldo Jabor